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terça-feira, 8 de maio de 2018

Que os cidadãos não deixem de existir!


Um Estado totalitário verdadeiramente eficiente seria aquele em que os chefes políticos de um Poder Executivo todo-poderoso e seu exército de administradores controlassem uma população de escravos que não tivessem de ser coagidos porque amariam sua servidão. Fazer com que eles a amem é a tarefa confiada, nos Estados totalitários de hoje, aos ministérios de propaganda, diretores de jornais e professores”
(Aldous Huxley)

          Um mundo de felicidade plena a todos os indivíduos da sociedade global. Uma sociedade onde cada cidadão desempenhe a função a ele designada, recebendo por isso a recompensa previamente estipulada, o necessário para o mesmo sobreviver e gozar de seu bem-estar. Sem questionamentos, sem intrigas, sem trapassas, sem entraves, sem preocupações. Uma utopia?

         É difícil imaginar uma sociedade assim. É impossível existir uma sociedade assim. Mas somente é impossível imaginar tal sociedade porque, até o momento, muitas pessoas ainda mantém certo senso crítico. Ainda existem pessoas que lutam por seus direitos. Ainda existem indivíduos que se preocupam com o bem-estar do seu semelhante. Ainda existem cidadãos! Ainda existem cidadãos! Até quando eles vão existir? Uma incógnita!
         Aldous Huxley imaginou essa sociedade em 1931, quando publicou a obra “Admirável mundo novo”. Uma sociedade composta por indivíduos condicionados a aceitar passivamente aquilo que lhes é imposto. Assim, todos os membros de diferentes grupos sociais desempenhariam suas funções sem nenhum tipo de questionamento, afinal, teriam sido condicionados a amar as mesmas e sentir aversão por outras. Ou seja, uma vida plena de “felicidade”. Temos aí nada mais nada menos, que um belo exemplo de alienação social. No entanto, será que um dia essa sociedade poderá se concretizar?
Ao que parece, estamos caminhando para isso. Pode ser que as pessoas não comecem a ser condicionadas em “bocais de fecundação artificial”, mas temos visto, infelizmente, um condicionamento dia a dia, para que passemos a aceitar aquilo que nos é imposto. De maneira oculta, estamos sendo condicionados a amar a condição a nós determinada.
         A busca incessante do lucro, no sistema capitalista, levou as grandes corporações internacionais a buscar estratégias visando promover um gigantesco grau de consumo na sociedade, para assim, gerar lucros estrondosos para a burguesia internacional, para os grandes detentores dos meios de produção. Na outra ponta, os consumidores têm buscado, cada vez mais, atingir a “felicidade plena” por meio do consumo. Afinal, somos condicionados a sermos felizes por meio do consumo.
       Estamos caminhando para um mundo de indivíduos cada vez mais passivos, inertes, conformados, acomodados. Para evitar isso, pode haver outra saída que não a escolarização? Dificilmente. Na escola também se exercita a cidadania, ou melhor, é o lugar ideal para o exercício da cidadania. No entanto, para isso, se faz necessária a presença de jovens abertos ao conhecimento e professores comprometidos com a formação de cidadãos críticos, conscientes e atuantes na sociedade. Porém nos direcionamos, cada vez mais, para uma escola que contribui para o condicionamento do indivíduo. Ensino tecnicista. Preparativo para o mercado de trabalho. Preparatório para vestibular. Assim, criam-se indivíduos “felizes” com o seu papel social. Individualistas. Sem senso de fraternidade. Sem participação social.
       Triste realidade. Não massacrem as ciências humanas! Não deixemos que a poeira seja escondida debaixo do tapete! Não nos deixemos ser condicionados para a aceitação passiva daquilo que nos é imposto! Que tenhamos forças para lutar! Que possamos discutir a sociedade na qual estamos inseridos! Que não nos isolemos em “nosso mundo”! Que possamos refletir, buscar soluções para os problemas que nos cercam e mudar, positivamente, a sociedade na qual estamos inseridos. Que os cidadãos não deixem de existir!

CRÉDITOS:
Referência Bibliográfica:
HUXLEY, Aldous. Admirável mundo novo. Tradução de Lino Vallandro, Vidal Serrano.
São Paulo: Mediafashion, 2016.

Um comentário:

  1. Já dizia Renato Russo em uma de suas letras

    [...]
    Somos os filhos da revolução
    [...]
    Somos o futuro da nação
    [...]

    E sendo o futuro da nação,quero o direito de poder expressar minhas ideologias, sejam eles de qualquer gênero;Sem ser condenado a uma "inquisição" por isso

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